sexta-feira, 30 de março de 2012

BCP - DCTB|DOD|RBE_Porto





Lenga-Lenga!

Olha, lá vai o Gonçalo,
Além, vai depressa apanhá-lo,
Vai com ele também!
Tem sido bom companheiro
Da 1ª à 4ª classe
Pontual como o primeiro,
Nunca vi que ele faltasse
É bondoso, aplicado, cortês e respeitador
Por isso é tão estimado pelo nosso professor
Não é tolo,
Nem se gaba de saber
Sempre as lições, conforme começa
Acaba, modesto sem pretensões.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Des compagnons de route: 30MAR'2012

Há tempos atrás em amena cavaqueira numa das aulas de inglês da tão falada e glosada Sandra, a maior parte dos presentes, exatamente sobre o tema de reforma em Portugal e do significado da palavra, por contraponto com a de outros países, aplaudiram os estrangeirismos Retired e Jubilado (não vou falar no francês  - Retraite - por não vir aqui muito a propósito), e, como bons portugueses, que do que é seu facilmente enjeitam, apoucaram o bem nosso e justificado Reformado.

Tirei a esse propósito, alguns sinónimos do dicionário da APP da Porto Editora: reconstruído, reorganizado, reestruturado... 
Claramente o termo português traduz definitivamente melhor a verdade do acontecimento.

Ferreira você não se vai retirar para lado nenhum, nem sequer vai jubilado, embora o mereça. Deixamos isso para os políticos que tantas incompreensíveis e injustificadas honrarias têm esbanjado e todos sabemos por quem, com quem, e com que critérios. Vai sim reformar/reorganizar  a sua vida, no melhor sentido do termo. Vai escolher outra em substituição da que teve.

Até agora viveu esta durante mais de 45 anos; com ela construiu a sua bonita família e garantiu o futuro (assim também suas filhas lhe queiram dar continuidade, claro). Agora isso acabou. Vai ter de virar essa página e vai ter de reinventar outra que lhe garanta boa saúde física e mental até pelo menos aos 100 anos. Não o queremos ver de pantufas nem escondido do frio debaixo de uma mantinha.

Gostaria de ser recordado pelos seus netos com uma fotografia dessas: pantufas e mantinha? Acreditamos que não. Tem de conseguir continuar a ser um cidadão ativo. Lembre-se de Manuel de Oliveira ou Mário Soares, e os exemplos aqui são perfeitamente aleatórios, claro, que, apesar das suas vetustas idades, continuam a ter projetos e a intervir, muitas vezes mal, convenha-se, mas não desistiram.

A minha mãe, de que tenho o raro privilégio de a ter ainda comigo, tem, como sabe, 32 anos mais que o meu amigo. Se por benesse dos deuses do Olimpo ou de outros quaisquer - que para o caso pouco importa - vier a ter direito a igual exceção e privilégio, significa que ainda teria mais 32 anos pela frente. É, apesar de tudo, muito tempo; o tempo de quase uma outra vida. Pergunto, que vai fazer com todo esse tempo? Deixo-lhe este grande desafio. Reinvente-se.

Perguntava eu aqui há alguns dias atrás a um amigo meu, também a poucos dias da Reforma: como é, não vais sentir falta da atividade que tiveste durante todo este tempo? Eu, afirmou ele calmamente,  conformado e bem resolvido, eu não! Esperei todos estes anos por este dia que finalmente chegou; dei, durante todo este tempo, o que melhor pude, do que melhor fui capaz à empresa e à sociedade.  Não lhes devo nada. Portanto, agora, chega. Paro, tranquilo, com a exata noção do dever comprimido. Que venham agora outros e que levem a chama olímpica!

A sua empenhada,  competente e quase sempre exaustiva dedicação profissional, granjeou-lhe o respeito de todos nós; o seu caráter, o seu savoir vivre e a sua bonomia, a nossa admiração. Foi uma referência. Estamos certos que igual respeito e estima ganhará nos novos amigos que  rapidamente recrutará para as suas fileiras, apenas com a sua natural simpatia.

Falei amigos, Sr. Ferreira, e não amigas. Vamos com calma. Porém, se alguma semente que lá trás deixou esquecida quiser tardiamente florescer - lembre-se que nunca é tarde -, e se daí vier a necessitar de um médico amigo para lhe recomendar uns químicos que, - diz-se - agora por aí circulam e abundam - refiro-me àqueles da cor do seu clube -, venha até cá, que sempre se há-de arranjar qualquer coisa que o reanime e ponha bem disposto. 

Numa tentativa de lhe dar algumas muletas - no sentido figurado, claro - que o ajudem nestes primeiros tempos, tomei a liberdade de lhe fazer um Blog (que de resto me tinha pedido em tempos), a que chamei propositadamente 'Fio de Prumo', onde poderá exercitar finalmente os seus dotes escondidos de escritor, de intervenção social ou para qualquer outro fim que venha a descobrir e que lhe desperte interesse.

Criei-lhe também uma página no Facebook - desculpe o atrevimento - onde o poderemos acompanhar mais à distância e vice-versa e ainda um e-mail - no Gmail -, cujos endereços estão abaixo. 
A password dou-lha depois e depois também a alterará.


Antes do brinde que queremos partilhar consigo e de um forte e sentido abraço que desejamos dure os ditos mais 32 anos, queremos deixar-lhe uma recordação que por ser em material resistente, esperemos que dure os 32 anos, pelo menos.

Termino com a frase que democraticamente selecionamos e assinamos para si:

"As pessoas entram na nossa vida por acaso; mas não é por acaso que elas permanecem"

Teresa, Magalhães, Resende, Anselmo, Paula, Antonieta, Rocha, Dália, Fernanda, Conceição.

Até já, até sempre.

BCP-DCTB-Porto | Março’2012